10. Os Vingadores
A trilogia Batman foi encerrada com dignidade com “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” e ainda tivemos a grata surpresa “Poder Sem Limites” este ano, mas não dá para negar que os heróis mais poderosos da Terra foram o grande destaque dos filmes de super-herói. O diretor e roteirista Joss Whedon provavelmente levou aos cinemas todos os fãs de HQ do mundo, marvetes ou decenautas, e realizou o sonho de vermos Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk na mesma tela. “Os Vingadores” não é uma obra-prima, mas é o filme mais divertido da Marvel até agora. Sem fugir muito, vale ainda a menção a “Os Mercenários 2”, que, afinal de contas, também reúne os heróis da infância de muita gente, agora com direito a Van Damme e Chuck Norris.
9. As Aventuras de Tintim
Steven Spielberg já é um cineasta veterano, então, é ótimo vê-lo explorar pela primeira vez o universo da animação computadorizada e tridimensional, levando para as telas o personagem criado pelo ilustrador e quadrinhista belga Hergé. “Tintim” é uma superprodução experimental e seu grande mérito é o avanço que faz na tecnologia de animação por captura de movimentos. A qualidade das texturas da pele e das roupas dos personagens, bem como seus movimentos, é um espetáculo à parte. E a condução da história é primorosa, com direito a uma cena de perseguição de tirar o fôlego no Marrocos. Não deve nada a “Indiana Jones”.
8. Drive
Pode parecer a princípio, mas “Drive” não é um filme revisionista ou saudosista. A memória dos anos 70 que ele resgata está na forma com que o diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn combina o estilo elegante e a brutalidade de filmes como “Os Implacáveis”, de Sam Peckinpah, e “Operação França”, de William Friedkin, com o bom uso da trilha sonora, que remonta ao som eletrônico dos sintetizadores dos anos 80. Também pode parecer que é um sub-Tarantino, mas Refn consegue impor um estilo próprio, ainda que o piloto-dublê vivido por Ryan Gosling, praticamente um cowboy renegado, seja um personagem típico dos filmes do diretor de “Pulp Fiction”, “Kill Bill” e “Bastardos Inglórios”.
7. Looper – Assassinos do Futuro
Rian Johnson não é um diretor novato, mas esta foi a primeira vez que ele se apresentou ao grande público. E que apresentação! Com um elenco excelente, encabeçado por Joseph Gordon-Levitt e Bruce Willis, “Looper” é uma ficção-científica inteligente, que sabe explorar e brincar com o conceito da viagem no tempo, e é também um filme de ação eficiente que ainda ganha uma surpreendente atmosfera de horror. “Looper” supre, como poucos, a carência de originalidade que predomina em Hollywood.
6. Ted
Um filme em que Mark Wahlberg divide o mesmo teto com um ursinho de pelúcia que tem vida própria, fala palavrões e usa drogas é exatamente o que se espera de Seth MacFarlane, o criador da série animada “Uma Família da Pesada”. Apostando no humor politicamente incorreto, “Ted” é a versão radical e debochada das comédias de Judd Apatow (“O Virgem de 40 Anos”, “Ligeiramente Grávidos”), falando do desapego da infância/adolescência que muito marmanjo tem dificuldade de praticar.
5. 007 – Operação Skyfall
No ano em que James Bond completou 50 anos no cinema, o espião com licença para matar ganhou um filme que segue o novo caminho da franquia, trilhado a partir de “Cassino Royale”, e, ao mesmo tempo, remonta aos clássicos da série, com direito a várias referências para os fãs. Não só isso: o diretor Sam Mendes (“Beleza Americana”, “Estrada Para Perdição”, “Foi Apenas um Sonho”) surpreende com um ótimo trabalho no comando das cenas de ação, e o Bond de Daniel Craig ainda ganha um vilão poderoso na forma do irmão-espião bastardo, vivido por Javier Bardem.
4. Moonrise Kingdom
O amor não tem idade, mas temos que começar em algum momento. Em “Moonrise Kingdom”, Wes Anderson mais uma vez lança mão de seu estilo extravagante e de sua trupe, agora para narrar o romance juvenil entre um impetuoso escoteiro e uma garota introspectiva e emotivamente complexa, membros das típicas famílias disfuncionais dos filmes do diretor. É um filme doce, com aura de fábula, que fala sobre descobertas e sentimentos que surgem durante a maior aventura que se pode viver naquela idade: apaixonar-se.
3. O Artista
O vencedor do Oscar não é uma desculpa para fazer um filme à moda antiga nos dias de hoje. A graça toda do filme é que o diretor Michel Hazanavicius não está só emulando o cinema mudo. Ao mesmo tempo em que é uma homenagem, “O Artista” é um comentário sobre a troca de tecnologias e a sobreposição do mais novo sobre o consagrado pela indústria cinematográfica. O que serve à transição do filme mudo para o filme falado, cabe ao preto-e-branco para o colorido, à película para o digital, ao 2D para o 3D. Parece filme antigo, mas é atualíssimo.
2. A Invenção de Hugo Cabret
O cinema é a arte da memória e com “Hugo” o mestre Martin Scorsese nos fala que cinema é também a arte do tempo. Demonstra isso através de um caso verídico: o do cineasta francês Georges Méliès, diretor do clássico “A Viagem à Lua”, precursor do cinema narrativo e do uso de efeitos especiais, que durante muito tempo foi relegado ao esquecimento. Este é o primeiro filme 3D de Scorsese e ele dá um novo sentido ao uso da tecnologia que, desde “Avatar”, não tinha um representante realmente bom. É um filme que nos permite enxergar “dentro” da tela, e não apenas aponta ou joga objetos em nossa direção. Uma aula de Cinema, teórica para o público e prática para o diretor.
1. Holy Motors
“Holy Motors” não é um filme fácil. Aliás, nenhum filme deveria ter a intenção de ser fácil. O diretor Leos Carax criou uma fábula surrealista, daquelas em que o espectador é deixado com muitas dúvidas e praticamente nenhuma resposta. O jogo aqui não é distinguir realidade de ficção, mas ficção de ficção. E é durante a série de metamorfoses a que o ator Denis Lavant é submetido que o filme se desenvolve como uma espécie de compêndio sobre a arte e a necessidade de representar e interpretar, seja na tela de cinema ou fora dela. Uma pérola, no melhor sentido.
Bônus: O Hobbit – Uma Jornada Inesperada
Quase dez anos depois do encerramento da trilogia “O Senhor dos Anéis”, o retorno de Peter Jackson e dos fãs dos livros de J.R.R. Tolkien à Terra Média não causa o mesmo impacto de “A Sociedade do Anel” ou de suas duas continuações, por ser um filme repetitivo e que, sim, poderia muito bem ser mais curto. (Leia aqui a crítica da SUPER) Ainda assim, é uma aventura que entretém e enche os olhos com seu design de produção muito bem acabado. Nesse último aspecto, é obrigatório ressaltar o ganho que a fotografia do filme tem na projeção em 3D. Já a versão 48 frames por segundo ou HFR (High Frame Rate, como alguns cinemas têm chamado) vale mais como curiosidade e como tentativa inicial de Hollywood na utilização desse formato. Como não estamos acostumados a ver um filme nessa velocidade, o estranhamento é inevitável, mas o fator diversão prevalece.
E aí? Concorda com todos? Qual na sua opinião ficou de fora?
fonte: http://super.abril.com.br
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